segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Interjeição

Ela não entendia poesia e eu não sabia o que sentia. Parava em frente ao espelho, ficava me olhando e não tinha certeza do que via, quem eu via. Ela não entendia poesia, um monte de frases que as vezes rimava, palavras bonitas conexas, disso ela nada sabia. Ela sabia o que eu sentia porque eu demonstrava, as palavras eram inúteis, ela não entendia poesia, mas ela sentia que tudo que eu fazia era para o bem dela. Atitudes ela entendia, ela confiava. As palavras são vento, não são fiéis, ora estão aqui, ora estão ali, não dá pra confiar. Ela não entendia poesia, mas no fundo sabia o que eu sentia. Hoje, em frente ao espelho eu penso, não sei o que sinto, não sei o que vejo, não sei o que quero ver, talvez agora eu seja vento, não sei, ainda não sei o que sinto, ainda não me achei.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Frustrações

Das diversas vezes que aqui me sentei, todas elas com a mente repleta de ideias e ideais, pensamentos dos mais diversos, em todas me contive. Grande é a frustração por ter me calado, porém, maior seriam os danos que teria causado. Necessário realmente seria, as minhas palavras ter usado, talvez, quem sabe, algum mal tivesse evitado. "Pessimistamente" creio, que de nada teria adiantado, as palavras ter usado, para esse povo que anda vendado, alienados de cabeça baixa, que para uma tela só tem olhos e nada mais importa. Se na telinha colorida que nas minhas mãos seguro, alguma coisa vejo, imitá-la irei, se postaram tá na moda é o que importa. Raciocinar não quero, dá trabalho, cansa, melhor mesmo é só compartilhar da minha ignorância. Como todos estão fazendo, alguma coisa deve estar acontecendo, não sei o que é e não faz diferença. Ficar calado foi mesmo melhor, conservei os amigos e evitei vários "tro lo los", o Facebook foi o único que não agradei, porque a foto do meu perfil não mudei. 

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Sou desses

Sou desses que se apega fácil, que se entrega fácil, que ama fácil. Sou desses que mais sofrem, que mais erram, que mais se arrependem, que mais tornam a fazer tudo igualzinho outra vez. Sou desses que seguem os instintos, que confia na intuição, que se arrisca. Sou desses chatos que gosta e gosta mesmo, que sorri sozinho e que sonha. Sou desses mais difíceis e mais imprevisíveis. Sou desses.